15 de maio de 2009

Poesia: Morte do rio por Mariana Botelho





Na minha cidade as pessoas jogavam sua consciência dentro do rio. E o rio sorveu pesado da consciência das pessoas. Pesava-lhe as bolhas cheias e matava as bocas dos peixes. O rio morreu de consciência acumulada. Ninguém se dava ao trabalho de limpar o rio. Ninguém limpava sua consciência antes de lançá-la ao rio. Esqueceram-se que consciência não se dissolve em água. O rio, pobre rio, ficou empesteado. Agora, o que corre pelo meio da minha cidade, é um cadáver. Líquido. Mas um cadáver. Ninguém rega hortas com morte. Ninguém leva morte à mesa. 
Eu queria ver o rio respirar de novo.

Mariana Botelho

No Twitter:

#poesia NASCENTE por Mariana Botelho 
http://migre.me/1cwt

2 comentários:

Viver Sustentável disse...

oi pessoal!
que bom ver a poesia de Mariana aqui também... ela é grande amiga e poeta de primeira linha, uma pessoa maravilhosa.

aproveitem e visitem o blog de poesias dela:
http://quelevequenada.blogspot.com

abraços a todos

@infoambiental disse...

Olá, Viver Sustentável!

Foi bom ver no seu blog e trazer pra cá.

O Blog da Mariana está no segundo link do post.

E também no blogroll.

Abraços.

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