Enquanto o mundo inteiro se mobiliza pela preservação das florestas (qualquer uma – incluindo as virtuais), medidas eficientes para conter o aquecimento global, campanhas caríssimas incentivando o consumo consciente, ao mesmo tempo em que, contraditoriamente, incentivam a reciclagem do lixo gerado pelo próprio consumo; a utilização de energia limpa sem explicar o que é energia suja; o incentivo ao plantio de árvores, na África e na internet; a preservação dos recursos hídricos, etc., etc., etc., o Município de Volta Redonda, que tem apenas 02 (DUAS) Unidades de Conservação - A Floresta da Cicuta e o Parque Natural MUNICIPAL Santa Cecília do Ingá - literalmente joga lixo sobre os seus últimos remanescentes de mata atlântica, que ocupam apenas 18% deste município.
Como se não bastasse a vergonha escancarada do mal falado LIXÃO, encravado nas entranhas da Floresta da Cicuta, nos ínfimos 15% que pertencem a Volta Redonda, cujo chorume contamina diária e ininterruptamente há cerca de 35 anos o Rio Brandão, corpo hídrico que corta a Floresta da Cicuta e deságua no Rio Paraíba do Sul (aquele da transposição), agora o Parque Natural Municipal Santa Cecília do Ingá é a bola da vez, ou seja, a floresta da vez!
Somando-se as duas Unidades de Conservação, temos apenas 342 (trezentos e quarenta e dois) campos de futebol de mata atlântica protegida... Bem, pelo menos era o que se esperava. Êpa! Volta Redonda detém apenas 19,5 hectares da Floresta da Cicuta, portanto são apenas 230 (duzentos e trinta) campos de futebol de áreas protegidas nas terras voltarredondenses.
Uma pergunta que não quer calar: não tem um lugarzinho melhor para instalar um CTR por aqui? Qualquer área degradada, abandonada, erodida, inservível, sem nascentes, rios e fragmentos de mata nativa serve.
Enfeitar a cidade com árvores caras, de expressivo valor paisagístico, flores ornamentais e algumas poucas espécies nativas é uma coisa. É valido. A cidade está linda! Parabéns! Criar áreas protegidas ou simplesmente proteger o que se tem para as próximas gerações é outra coisa...
Não confundam: jogar lixo na mata e jogar a mata no lixo... É a mesma coisa!
ESTÃO JOGANDO A NOSSA MATA NO LIXO!
Rita Souza – Ambientalista
souza_rita@yahoo.com.br
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