10 de março de 2009

Falta de água potável segue matando

 (Foto: Rafiqur Rahman/Reuters)


A falta de acesso à água potável e a um saneamento adequado causa 1,6 milhão de mortes ao ano, a maioria delas entre crianças com menos de cinco anos, afirmou um relatório apresentado hoje no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

A autora do estudo, a especialista da ONU para o Direito à Água e ao Saneamento, Catarina de Albuquerque, ressaltou que "o acesso a melhores serviços de saneamento segue sendo uma promessa descumprida para quase 40% da população mundial".

Para exemplificar isso, ressaltou que 23% da população mundial defeca ao ar livre, uma prática que "põe em perigo a saúde de toda a comunidade, porque aumenta as (incidências de) doenças diarreicas, incluindo o cólera, assim como infecções por vermes e hepatite".

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) contidos no relatório indicam que o 'acesso a um melhor saneamento diminuiria em 32% as doenças diarreicas'.

Melhorar essa situação ajudaria ainda a eliminar as situações nas quais as meninas são proibidas de ir à escola por falta de serviços higiênicos destinado para mulheres.

Além disso, resolver o problema teria um impacto econômico positivo em regiões muito pobres do mundo.

Isso aconteceria porque, por exemplo, "o custo do tratamento das doenças diarreicas representa 12% dos orçamentos nacionais em questão de saúde na África Subsaariana", explicou a especialista.

"No total, as possíveis vantagens econômicas de investir em água e saneamento poderiam chegar a US$ 38 bilhões ao ano" em nível mundial, afirmou. 

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