A empresa Servatis Agro e Fine Chemicals, em parceria com a Secretaria de Estado do Ambiente e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), promoveu ontem em Resende a quarta ação do Programa de Recuperação da Ictiofauna do Rio Paraíba do Sul.
Mais de 22 mil peixes de espécies nativas foram lançadas no rio. De acordo com os órgãos ambientais, o Paraíba deve demorar alguns anos para se recuperar do acidente causado pela empresa Servatis, há cerca de um ano. A meta do programa, realizado pelo governo estadual, em parceria com empresas privadas, é repovoar o corpo hídrico com um milhão de peixes nos próximos dois anos. Um convênio assinado no último mês estipulou que no prazo de um ano a empresa deverá investir R$ 2 milhões em programas para o meio ambiente.
Dentre as iniciativas, a Servatis irá implantar um Centro de Conservação da Ictiofauna Nativa. Na sede da empresa será implantado um núcleo avançado de alevinagem, para atender a demanda de repovoamento do programa. A previsão é que o local esteja pronto no segundo semestre de 2010.
- Juntos, todos nós estamos colaborando para promover um conjunto de trabalhos para a recuperação do rio. O Inea tem funcionado como catalisador de boas atitudes. Esperamos agora que todos cuidem do Paraíba do Sul como cuidam da sua casa - reforçou o vice-presidente do Inea, Paulo Shiavo.
Acidente Servatis
Em setembro do ano passado, 8 mil litros do pesticida Endosulfan, proveniente da empresa Servatis ,vazaram, atingindo 400 km do rio - desde Resende até São João da Barra - e provocando a mortandade de 150 mil toneladas de peixe. O acidente ocorreu justamente no período reprodutivo, o que comprometeu a produção pesqueira para os próximos anos.
Na época, as cidades atingidas tiveram que suspender, temporariamente, a captação de água e a população foi orientada a não consumir pescados capturados no rio. A empresa Servatis foi multada em R$ 33 milhões pelo desastre ambiental, sem contar nas demais ações movidas contra a empresa. Na época, pescadores de toda a região se revoltaram com o ocorrido.
Na primeira doação de alevinos para o Programa de Recuperação da Ictiofauna, Ulrich Méier afirmou que a empresa aprendeu com o erro. "A Servatis sempre destinou 30% dos recursos necessários para a proteção ao meio ambiente e a segurança no trabalho. Porém, isso não foi o suficiente para impedir uma fatalidade causada por erro humano, em um processo de rotina. Esta doação para o repeixamento é a primeira de muitas que acontecerão em médio prazo - ressaltou Ulrich.
1 comentários:
Que bom. Espero que a empresa continue investindo em ações ambientais mesmo depois que não for mais obrigada a fazê-lo.
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