26 de janeiro de 2009

Falta de saneamento básico prejudica desempenho escolar

Crianças com acesso a tratamento de esgoto têm notas melhores.Uruguaiana quer seguir esse exemplo.
 
O premiado escritor peruano Mário Vargas Llosa certa vez alertou em um artigo intitulado o Cheiro da Pobreza: "O objeto que representa a civilização e o progresso não é o livro, o telefone, a internet ou a bomba atômica. É a privada". Um recente estudo do Instituto Trata Brasil, o mais importante do país sobre saneamento básico, ratifica a afirmação de Vargas Llosa. Segundo a pesquisa, crianças com acesso a tratamento de esgoto têm aproveitamento escolar quase 18% melhor do que aqueles que não dispõem de saneamento básico. Essa diferença, de acordo com o estudo, acaba migrando para a vida adulta e o desenvolvimento profissional. A pesquisa revela que trabalhadores que moram em áreas de esgoto a céu aberto faltam ao serviço 11% mais do que os que vivem em áreas saneadas. O Instituto Trata Brasil é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), iniciativa de responsabilidade socioambiental que visa mobilizar diversos segmentos da sociedade para garantir a universalização do saneamento no País. O prefeito Sanchotene Felice está empenhado em mudar esse triste quadro no município de Uruguaiana. Apenas 10% do esgoto da cidade é tratado de forma adequada. Ele realizará, ainda este ano, concorrência pública aberta a qualquer empresa, estatal ou privada, que queira investir no município. O objetivo é que a cidade tenha todo seu esgoto tratado em um prazo de cinco anos. "Com essa obra, Uruguaiana será uma cidade modelo para todo o Rio Grande do Sul e até mesmo para o Brasil", afirma Felice. "Hoje, infelizmente, nosso estado está apenas em décimo sexto (16) lugar no ranking do país de coleta de esgoto. Estamos atrás de Paraná, Sergipe e Ceará, por exemplo", complementa o chefe do executivo. O prefeito de Uruguaiana diz ainda que o investimento, de cerca de R$ 130 milhões, será todo feito pela empresa ganhadora da licitação, que deverá ainda reduzir o preço da tarifa de água. "É preciso deixar bem claro que não se trata de privatização. O atual concessionário teve 40 anos para investir em Uruguaiana e não o fez. A fiscalização continuará sob os olhos do município, mas abriremos espaço para quem queira realmente investir em nossa terra", conclui Sanchotene Felice.

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